terça-feira, 30 de novembro de 2010

Anos 90 - Politica

A movimentação política e econômica que emergiu a partir dos anos 90 teve ressonâncias significativas na formulação de propostas para as práticas educativas. A abertura econômica e o processo de globalização seguido pelo fortalecimento do neoliberalismo contribuíram para pensar na educação como determinante chave para a contemporaneidade. Inspirado na “Teoria do Capital Humano”- em alta nos anos 70 – “disseminou-se a idéia de que para ‘sobreviver’ à concorrência do mercado, para conseguir ou manter um emprego, para ser cidadão do século XXI, seria preciso dominar os códigos da modernidade” (SHIROMA; MORAES; EVANGELISTA, 2007, p. 47).
Os autores lembram que em 1990, realizou-se em Jontien, na Tailândia, a Conferência Mundial de Educação para Todos, financiada por órgãos de renome mundial como a UNESCO, a UNICEF, o PNUD e o Banco Mundial. A idéia era a de assegurar uma educação básica de qualidade para todos, reduzindo com isso, o espantoso quadro de analfabetismo detectado - de mais de 900 milhões de pessoas adultas analfabetas no mundo.
Mas, o mérito de colocar a educação no centro das atenções mundiais não foi o bastante. É preciso ainda pensar as suas especificidades quando se cunha a idéia de propor uma “educação para todos”. Pois, “sendo distintos os grupos humanos, suas necessidades básicas também o seriam – inclusive as necessidades básicas de aprendizagem, o que significa obter meios apropriados para satisfazê-las, que deveriam variar segundo o país, a cultura, setores e grupos sociais [...]” (SHIROMA; MORAES; EVANGELISTA, 2007, p. 49). Assim, os autores lembram que “sendo as necessidades diferentes, também deveriam ser diferentes os conteúdos em seus meios e modalidades”.
Os autores lembram ainda as recomendações da CEPAL para uma educação de qualidade em um documento publicado em 1992. O eixo norteador da proposta é a idéia de “equidade social”, tendo como objetivos principais a cidadania e competitividade. Esse documento da CEPAL foi reiterado ao longo da década por outros organismos multilaterais.
A UNESCO, com sua atuação marcante e decisiva no campo educacional, delineou na década de 90, a educação para o século XXI.  Para isso, foram convocados especialistas de todo o mundo para compor a Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI.
O documento elaborado pela UNESCO faz um diagnóstico do contexto e da situação da Educação na relação com o processo de “planetarização” do mundo, da globalização e de novas exigências de um mundo cada vez mais complexo. O documento identifica a necessidade de uma educação capaz de formar pessoas aptas a se tornarem “cidadãos do mundo” numa relação estreita com a comunidade local e com a cultura global.
Portanto, deve-se repensar os atuais processos da educação e propor um novo conceito de educação: “educação ao longo de toda a vida”. Esse novo conceito de educação será feito a partir de quatro pontos principais: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver junto.  

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